"A comunicação resulta, na sua forma contemporânea, desta tripla revolução: liberdades humanas, modelos democráticos e progressos tecnológicos. Estamos atualmente numa encruzilhada. Duas ideologias ameaçam a comunicação: o individualismo, ou seja, a redução da comunicação à expressão e à interatividade, e o comunitarismo, isto é, a marginalização da questão da alteridade e a possibilidade do encerramento em espaços virtuais.".
"Neste livro, busco derrubar o estereótipo dominante e mostrar que o verdadeiro desafio está na comunicação, não na informação. É falso pensar que basta informar sempre mais para comunicar, pois a onipresença da informação torna a comunicação ainda mais difícil. Além disso, a revolução da informação produz incerteza na comunicação. O resultado é imprevisível. O problema não é mais somente o da informação, mas antes de tudo o das condições necessárias para que milhões de indivíduos se comuniquem, ou melhor, consigam conviver num mundo onde cada um vê tudo e sabe tudo, mas as incontáveis diferenças - linguísticas, filosóficas, políticas, culturais e religiosas - tornam ainda mais difíceis a comunicação e a tolerância. A informação é a mensagem. A comunicação é a relação, que é muito mais complexa. O desafio é menos de compartilhar o que temos em comum do que aprender a administrar as diferenças que nos separam, tanto no plano individual quanto no coletivo. Portanto, na comunicação, o mais simples tem a ver com as tecnologias e mensagens, enquanto o mais complicado tem a ver com os homens e as sociedades.".
"Qual o desafio deste livro? Repensar a comunicação no momento do triunfo da informação e das tecnologias que a acompanham. [o desafio é] Repensar o estatuto da comunicação sob o signo das três rupturas acontecidas em 50 anos: a vitória da informação; o triunfo das tecnologias, com a integração das telecomunicações, da informática e do audiovisual; e a globalização, que acelera os fenômenos citados antes. Qual o problema? Tirar a informação e a comunicação do império da tecnologia, que acaba por frear a reflexão sobre a comunicação na medida em que a performance das ferramentas apaga ou encobre os fracassos inevitáveis da comunicação humana e social. Pensar a passagem da informação à comunicação significa 'destecnologizar' a comunicação, recolocando a técnica no seu devido lugar.".
Resenhas sobre o livro
Editora Sulina (96 páginas)
Preço aproximado: R$ 23 - R$ 25
Divulgação
antoniojose@facc.ufrj.br

